02 novembro 2005

Santuário Xintoísta de Fushini (Quioto)


Monge budista nas imediações do santuário.

Os torii, oferecidos pelos comerciantes de sakê para obter um bom andamento dos negócios, fazem uma das principais curiosidades deste santuário.(Se o vinho dava de comer a um milhão de portugueses, porque não haveria o sakê de dar de comer a um milhão de japoneses?)

Há por aqui vários quilómetros destas passagens formadas pelos torii oferendados.


Aqui os "desejos" ou "votos" inscrevem-se em tabuínhas.

Templo Sanzen-in (Ohara, arredores de Quioto)

O templo é do século X, mas o jardim é do Período Edo (1603-1867).
O comércio está bem presente na aproximação ao templo, o que não é novidade.
(Em http://www.sanzenin.or.jp encontram-se algumas imagens e textos... em japonês!)


Aspecto do jardim visto do templo.


A ligação entre o jardim e a construção é elemento essencial do conjunto.


Um Buda discreto no jardim.


A divindade misericordiosa é feminina.

«Na Europa, os maridos caminham à frente e as mulheres seguem-nos. No Japão, os maridos seguem as mulheres que avançam em primeiro lugar. Na Europa, a propriedade é comum ao marido e à mulher. No Japão, o marido e a mulher possuem cada um os seus próprios bens e a mulher, por vezes, empresta ao seu marido dinheiro a uma taxa de juro bastante alta. Na Europa, os homens, por causa da sua natureza corrupta, os homens divorciam-se das suas mulheres. No Japão, as mulheres tomam frequentemente a iniciativa do divórcio. Na Europa, as mulheres não saem de casa sem autorização do seu marido. As mulheres japonesas, sem avisarem o seu marido, vão livremente onde queiram ir. Na Europa, não é de bom tom que as mulheres bebam vinho. No Japão, as mulheres bebem álcool muito frequentemente, e nos dias de festa bebem até se turvarem.»
(Luís Frois, missionário jesuíta português no Japão, na sua memória sobre o Japão e os japoneses, manuscrito guardado na biblioteca da Academia Real de História de Madrid, citado por Nakagawa)


Neste templo os desejos/votos apresentam-se na forma de pequenas estátuas da deusa da misericórdia. Há, em grandes painéis, milhares de "misericórdias" destas.


Pormenor de um dos inúmeros painéis de "votos" apresentados na forma da deusa invocada. Cada "voto" identifica o "votante".

Templo budista Daisen-in (Quioto)


No templo Daisen-in encontra-se este complexo jardim de montanha e água secos, que se desenvolve em torno dos aposentos do abade.
Não nos tendo sido permitido tomar imagens deste jardim, usam-se algumas do pequeno livrinho vendido no local. Esse livrinho diz de si mesmo ser comemorativo dos 500 anos da fundação do templo por Kogaku Soko Zenji - e informa que a cerimónia correspondente terá lugar a 24 de Março de ... 2047 !
Nesta imagem podemos observar um esquema das primeiras partes do jardim, muito preenchidas. Como constatamos pela legenda, as pedras estão lá a representar, não são pedras decorativas.


Um monge "penteando" o oceano do jardim, uma tarefa que normalmente tem lugar às primeiras horas de cada dia. (Foto de René Burri.)
O conjunto de espaços sagrados Daitoku-ji, no qual se integra este Daisen-in, era um dos mais importantes da seita zen Rinzai em Quioto, sendo um lugar de estudo que normalmente não estava aberto ao público.


O abade do "Templo do Grande Eremita" em posição de meditação junto dos seus aposentos. (Neste caso esses aposentos designam-se por hondo e não hojo como noutros sítios.)
A foto é do livrinho do templo, com dedicatória do abade retratado quando jovem.
Como se vê, o jardim que começou complexo acaba num oceano de gravilha de extrema simplicidade, onde apenas se destacam dois montes que remetem para os montes de sal purificador.


Este monge é a actualidade do jovem da foto anterior.


Um modelo de jardim de paisagem seca, para os cegos poderem apreciar o conceito com as suas próprias mãos.

O Pavilhão Dourado no complexo do templo Kinkaku-ji (Quioto)


Visão do conjunto em que se integra o Pavilhão Dourado, numa imagem do folheto distribuído aos visitantes.
O Kinkaku-ji (c.1395) passou a ser um templo Zen depois da morte e por vontade do seu criador, o ex-shogun Yoshimitsu, que resignara a favor do seu filho de nove anos e se retirara para este local.
Clicando aqui chega-se a um sítio com uma descrição bastante completa (em inglês) do conjunto, onde se pode ainda aceder a outras imagens.


O Pavilhão Dourado, ao estilo do sul da China.


O Pavilhão Dourado visto de um ponto mais alto do jardim.

Templo zen de Ryoan-ji (Quioto)


Visão do conjunto onde se integra o templo Ryoan-ji, segundo imagem do folheto distribuído aos visitantes. A "etiqueta" amarela assinala a localização do jardim que veremos na imagem seguinte.


Jardim zen do templo Ryoan-ji. Jardim de paisagem seca radical. Trata-se de uma composição de quinze rochas rodeadas de pequenas áreas de musgo e uma grande superfície de gravilha penteada, tudo cercado por muros, dentro dos quais não existe qualquer outra vegetação. É um exemplo cimeiro do jardim kare-sansui, jardim seco em que as rochas e a gravilha penteada simbolizam água ou elementos paisagísticos.


Planta do jardim. A composição foi concebida para que nunca se consigam ver ao mesmo tempo todas as quinze rochas, qualquer que seja o ponto de observação escolhido.


Uma das ilhas do jardim: pedra e musgo.


Uma imagem do jardim, do Período Edo. O jardim é de 1499.


Biombos com excertos da sutra budista.
As sutras lidas e meditadas pelos budistas japoneses são traduções chinesas de textos em sânscrito, mas pronunciadas à japonesa.