04 novembro 2005

O templo Shó-ren-in (Quioto)


Shórenin é um dos cinco templos Monzeki da seita Tendai em Quioto. Os templos Monzeki são aqueles em que o abade principal residente é tradicionalmente um membro da Casa Imperial ou da família governante.
Construção do século IX; reconstrução no início do século XX.
Um pequeno sítio (em inglês) disponibilizado pela própria seita pode ser encontrado clicando aqui . O mesmo sítio em japonês, mas mais rico em imagens.


Sendo um templo monzeki, um certo ar apalaçado é habitual. Parede interior.

Palácio Imperial de Quioto

Com a multidão que aqui (parcialmente) se vê a visitar um palácio que só está aberto ao público uns dias por ano, não é de estranhar que acabemos por ver menos do que queremos (e que acabemos por fotografar ainda menos.
No sítio da Agência da Casa Imperial encontra-se informação genérica sobre a família imperial (membros, ocupações, porque é que uma princesa acaba de renunciar ao seu estatuo de membro,...) e sobre as respectivas propriedades, tais como palácios e outras coisas que tais. O Imperador renunciou ao seu estatuto de deus vivo (após a segunda das guerras chamadas mundiais), mas não renunciou a outras coisas, é claro.


Representação da Imperatriz com um dos seus conselheiros.


A ponte no jardim privado do Imperador (Gonaitei).


Oike-niwa. Jardim para deambular, nos jardins do palácio. O pequeno lago artificial representa o mar. A praia de seixos representa as inúmeras ilhas do Japão (e foi uma prenda ao imperador). Diz-se (diz a lenda) que os seixos foram trazidos de Odawara e individualmente embrulhados em seda para serem transportados para Quioto e oferecidos ao Imperador. Estes seixos são chamados "pedras de dois litros", por supostamente valerem, cada um, à data em que foram oferecidos, dois litros de arroz.

O templo zen de Saihoji (Nishikyo, Quioto)


Vista geral de Saihoji (ilustração distribuída aos visitantes). O templo foi fundado pelo monge Gyogi Bosatsu no século VIII e restaurado (incluindo a reformulação dos jardins) por Muso Kokushi no século XIV.


Os monges que se ocupam de Saihoji preservam-no da curiosidade das multidões impondo certas restrições ao acesso. Uma dessas restrições consiste em impor ao visitante a participação voluntária numa cerimónia budista, durante a qual cada um copia (com pincel e tinta) uma parte de um dos textos sagrados dessa religião (enquanto os monges entoam e tocam). Na imagem, o início do texto que fomos postos a copiar. No fim escrevemos o nosso nome e o nosso desejo/voto e depositamos a folhinha frente à imagem de Buda (com a devida vénia). A folhinha tinha de ser colocada virada para o Buda, para ele poder ler o nosso desejo.
Para aqueles ocidentais que sejam materialistas inveterados e que vejam algum absurdo em nos fazerem copiar um texto que não percebemos, convém esclarecer: os japoneses também não percebem bem o que lá está escrito, porque se encontra numa forma de chinês; é por isso que há umas anotações ao lado de cada caracter, para os próprios japoneses saberem como se pronuncia o que lá está escrito.


Como em qualquer casa decente, os sapatos ficam à porta do templo.


Vamos agora para o jardim.


O jardim do Saiho-ji é um jardim do paraíso. Na crença do Budismo Jodo, ou da Terra Pura, o Buda Amidha está no celestial "Jardim do Paraíso Ocidental" e estes "jardins do paraíso" permitem antecipar o gozo desses jardins celestiais.




O jardim de Saihoji é um jardim de musgo: o que atapeta o chão são musgos, neste caso de cerca de 120 variedades diferentes (máximo que se pode esperar atingir nos meses de Maio e Junho).

Plano do jardim no tempo de Muso Kokushi.